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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

My Life

Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o desejo imenso do amor, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como os fortes ventos, levaram-me de um lado para outro, em caminhos caprichosos, para além de um profundo oceano de angústias, chegando à beira do verdadeiro desespero.

Primeiro busquei o amor, que trás o êxtase- êxtase tão grande que sacrificaria o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Procurei-o, também. porque abranda a solidão- aquela terrível solidão em que uma consciência horrorizada observa, da margem do mundo. o porque na união do amor vi, em mística miniatura, a visão prefigurada do paraíso que santos e poetas imaginaram.
Isso foi o que procurei e. embora pudesse parecer bom demais para a vida humana, foi o que encontrei.

Com igual paixão busquei o conhecimento. Desejei compreender os corações dos homens. Desejei saber por que as estrelas brilham. E tentei apreender a força pitagórica pela qual o número se mantém acima do fluxo. Um pouco disso, não muito, encontrei.

Amor e conhecimento, até onde foram possíveis, conduziram-me aos caminhos do paraíso. Mas a compaixão sempre me trouce de volta a terra. Ecos de gritos de dor reverberam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desprotegidos - odiosa carga para seus filhos- e o mundo inteiro de solidão, pobreza e dor transforam em arremedo o que a vida humana poderia ser. Anseio ardentemente aliviar o mal, mas não posso. e também sofro.

Isso foi a minha vida. Achei-a digna de ser vivida e vivêla - ia de novo com a maior alegria se a oportunidade me fosse oferecida.

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